O filme 'Casa das Coelhinhas' não sairá tão cedo da memória dos fãs mais ávidos do MMA. Mas, infelizmente, em sentido negativo. Tudo porque a Rede Globo, que detém direitos de transmissão da organização, havia prometido a luta entre Júnior Cigano x Frank Mir, principal do UFC 146, ao vivo. Mas o combate começou com mais de meia hora de atraso. Não é apenas se esforçar para falar mal ou dar uma de 'advogado do diabo', mas a emissora deu grande bola fora. O caso explodiu como uma bomba entre os fanáticos pelas lutas que não assinam o Canal Combate ou podem comprar o pay-per-view. Montagens e mensagens de protesto pulularam por todo lado. Muitos tiveram de se contentar então em assistir algo com o resultado divulgado em sites especializados. A transmissão Global teve Sérgio Maurício na narração e um encabulado Rodrigo Minotauro nos comentários (quesito no qual mandou muito bem, obviamente). Não se sabe apenas se o sorriso amarelo do lutador era porque já sabia que teria de discorrer sobre o combate que já havia acontecido, ou se era pura timidez de falar na frente das câmeras. Se for realmente a primeira opção, tudo fica ainda pior.
De qualquer forma, pegou mal. Após o bom lampejo da Globo apostando ao vivo na segunda edição do UFC Rio, ao vivo, em janeiro deste ano, a emissora pode começar adotar também com o Ultimate a tão fadada 'política castrativa', que consiste em adquirir direitos de atrações que fazem sucesso apenas para tirar da concorrência e aproveitar de forma indevida na própria grade. Tomara que não. Mas tem sempre aquela coisa do "pau que bate em Chico, bate em Francisco". Não sei não. O que teria pesado para a manutenção do filme e a exibição somente em VT da luta que o brasileiro nocauteou o norte-americano no UFC 146? Não faço a menor ideia e acho que essa resposta não será dada pela emissora a ninguém. Suponhamos que tenha a ver com a audiência. É uma possibilidade, afinal, ainda que cresça a cada dia o número de fãs da modalidade, o MMA não é ainda algo que atraia a todos os públicos da TV aberta. Refiro-me a todos os tipos de telespectadores, incluindo aqueles que são sejam apaixonados por esporte algum, os que só assistem futebol (há quem só veja os jogos do seu time) e até aquele público mais sensível, digamos, incapaz de assistir aos sangrentos combates do UFC ou mesmo quem não veja por não considerar esporte.
Por outro, é difícil entender que uma emissora que tenha comprado os direitos da modalidade não a leve a sério, dando o tratamento especial que ela merece. Afinal, se a Globo pretende lucrar com a popularização do MMA e consequente aumento do público interessado em assistir às lutas, deveria priorizá-lo nesta noite de sábado. Uma interrupção brusca do filme certamente desagradaria quem tinha assistido mais da metade dele. Provavelmente até faria com que não voltasse a assisti-lo após a vitória de Cigano. Mas a conquista do público de UFC não é mais importante, como negócio, inclusive? Penso que sim. Por isso, achei a decisão equivocada. O evento ao vivo deveria ser priorizado. Manter o filme "A Casa das Coelhinhas" no ar e exibir a luta de Cigano em VT foi desrespeitar os fãs de um esporte que supostamente a emissora quer ver popularizado. Foi pedir para virar vidraça. Não à toa o episódio foi tão criticado nas redes sociais. Confesso que uma pergunta ficou em minha cabeça: fosse Galvão "Gladiadores do 3º Milênio" Bueno o narrador do combate com o Junior Cigano "do Brasil, sil, sil", será que a luta entraria só em VT após "A Casa das Coelhinhas"? Eu duvido.
Por Fernando Zanchetta e Rogério Jovaneli do portal Yahoo!
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