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Localização de Grossos/RN. |
Sabe a brincadeira sem graça quando perguntam a alguém do interior se já chegou Coca-Cola em sua cidade? Pois é, o município litorâneo de Grossos, distante 332 quilometros de Natal e vizinho à desenvolvida Mossoró, era um dos cinco últimos municípios brasileiros sem cobertura de telefonia celular, a Coca-Cola da pós-modernidade, digamos assim. Não que os moradores desconhecessem os aparelhos. Só que lá os telefones móveis eram artigos meramente decorativos, usados apenas quando de uma visita a cidades vizinhas. Bom, há um mês e meio, a situação começou a mudar. Uma operadora de telefonia instalou uma antena na cidade. Foi o início do fim do isolamento.
A localidade litorânea ganhou sua torre de telefonia celular 3G, o que na prática possibilitou os moradores não apenas usar os aparelhos para fazer ligações, mas para se conectar à internet, fazer vídeos e usar os benefícios das redes sociais. Luciene Maria, servidora da Câmara de Vereadores e moradora há 43 anos da cidade, afirma que raramente era possível usar celular na cidade. Uma fresta de sinal era emitida da vizinha Areia Branca. “A situação era precária. Tinha gente que só tinha celular de enfeite. Havia antenas mas não estavam funcionando. Agora quase todo mundo comprou celular ou trocou de operadora. Teve dias que eles venderam quase dois mil chips”, afirma.
Com a chegada da nova tecnologia, foi grande a adesão e compra de novos aparelhos. “Eu usava uma operadora, mas o sinal era ruim. Não me desfiz da linha, preferi comprar um celular novo. Muita gente fez isso, trocou de aparelho ou de operadora. O sinal é muito bom. A antena foi instalada dentro da cidade. Todo mundo gostou da novidade”, conta a tabeliã Geruza Pinheiro. Grossos tem 9.393 habitantes, conforme levantamento do último Censo do IBGE. “Às vezes era preciso ir à prainha pra haver sinal. Era uma dificuldade esse sinal. Na maioria dos locais você ficava incomunicável”, afirmou Mozaniel Alves, chefe de gabinete da prefeitura.
Os grossenses se orgulham de sua história, da pesca e da agricultura, e também de seu litoral, que possibilita a extração mineral de sal, atividade econômica predominante no município. Agora, com a inclusão digital, a cidade supera a barreira da limitação tecnológica. Toda novidade que se refere a inclusão digital só foi possível porque, em 2007, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fez um leilão de frequências 3G. Na época, ficou estabelecido em edital que as operadoras teriam dois anos para instalar telefonia móvel em todas as cidades brasileiras não contempladas com o serviço (2G ou 3G).
O percentual de municípios era de 25%, que não dispunham nem mesmo da tecnologia 2G, o que equivalia a 1.836 cidades. Entre 2007 e 2011 foram instaladas nada menos que 16.200 antenas em todo o Brasil, de todas as operadoras. “Ainda não se sabe o porquê mas apenas cinco cidades não foram incluídas. A Anatel esqueceu. Grossos é uma delas”, disse essa semana durante evento em São Paulo, o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Vivo/Telefonica, Marcelo Alonso. “É uma contrapartida”.
Esquecimento
A Telefonica/Vivo se responsabilizou por instalar as antenas nos cinco últimos municípios brasileiros que não tinham telefonia móvel. Além de Grossos, se incluem na lista Cristino Castro, no Piauí, e Antônio Olinto, Paulo Frontin e Paula Freitas, no Paraná. Todas receberão uma antena da operadora até o final do ano. Para o presidente da companhia no Brasil, Antônio Carlos Valente, é fundamental aumentar o investimento em áreas afastadas dos grandes centros. “É economicamente viável e fundamental para qualquer empresa que pense numa ação estratégica. Aquele cliente não vai esquecer que rompeu seu isolamento”.
Mesmo representando tão pouco para a empresa como um todo, a operadora observa diversas vantagens nesse tipo de investimento, tanto para si quanto à comunidade que o recebe. “Descobrimos que não precisamos levar comunicação móvel apenas onde há potencial econômico já instalado. A própria telefonia pode se tornar indutor do crescimento. A cidade se desenvolve e nós crescemos junto”, ressaltou o diretor Marcelo Alonso.
Participação de mercado
Apesar de proporcionar a inclusão móvel e digital do município de Grossos e de estar presente em várias outras cidades do Estado, a Vivo não tem grande participação no mercado potiguar. Apenas 4,96% dos aparelhos no Estado são da operadora. Ao todo, 189.137 aparelhos estão em uso no Rio Grande do Norte pela Vivo, 153.022 deles no sistema pré-pago. A empresa de telefonia está atrás de todas as outras que operam no Estado: TIM (34,07%), Claro (31,38%) e Oi (29,59%). Os dados são do levantamento mais recente da Anatel, de outubro desse ano. Contudo, o Estado representa apenas 1,65% do total de celulares habilitados no país.
A localidade litorânea ganhou sua torre de telefonia celular 3G, o que na prática possibilitou os moradores não apenas usar os aparelhos para fazer ligações, mas para se conectar à internet, fazer vídeos e usar os benefícios das redes sociais. Luciene Maria, servidora da Câmara de Vereadores e moradora há 43 anos da cidade, afirma que raramente era possível usar celular na cidade. Uma fresta de sinal era emitida da vizinha Areia Branca. “A situação era precária. Tinha gente que só tinha celular de enfeite. Havia antenas mas não estavam funcionando. Agora quase todo mundo comprou celular ou trocou de operadora. Teve dias que eles venderam quase dois mil chips”, afirma.
Com a chegada da nova tecnologia, foi grande a adesão e compra de novos aparelhos. “Eu usava uma operadora, mas o sinal era ruim. Não me desfiz da linha, preferi comprar um celular novo. Muita gente fez isso, trocou de aparelho ou de operadora. O sinal é muito bom. A antena foi instalada dentro da cidade. Todo mundo gostou da novidade”, conta a tabeliã Geruza Pinheiro. Grossos tem 9.393 habitantes, conforme levantamento do último Censo do IBGE. “Às vezes era preciso ir à prainha pra haver sinal. Era uma dificuldade esse sinal. Na maioria dos locais você ficava incomunicável”, afirmou Mozaniel Alves, chefe de gabinete da prefeitura.
Os grossenses se orgulham de sua história, da pesca e da agricultura, e também de seu litoral, que possibilita a extração mineral de sal, atividade econômica predominante no município. Agora, com a inclusão digital, a cidade supera a barreira da limitação tecnológica. Toda novidade que se refere a inclusão digital só foi possível porque, em 2007, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fez um leilão de frequências 3G. Na época, ficou estabelecido em edital que as operadoras teriam dois anos para instalar telefonia móvel em todas as cidades brasileiras não contempladas com o serviço (2G ou 3G).
O percentual de municípios era de 25%, que não dispunham nem mesmo da tecnologia 2G, o que equivalia a 1.836 cidades. Entre 2007 e 2011 foram instaladas nada menos que 16.200 antenas em todo o Brasil, de todas as operadoras. “Ainda não se sabe o porquê mas apenas cinco cidades não foram incluídas. A Anatel esqueceu. Grossos é uma delas”, disse essa semana durante evento em São Paulo, o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Vivo/Telefonica, Marcelo Alonso. “É uma contrapartida”.
Esquecimento
A Telefonica/Vivo se responsabilizou por instalar as antenas nos cinco últimos municípios brasileiros que não tinham telefonia móvel. Além de Grossos, se incluem na lista Cristino Castro, no Piauí, e Antônio Olinto, Paulo Frontin e Paula Freitas, no Paraná. Todas receberão uma antena da operadora até o final do ano. Para o presidente da companhia no Brasil, Antônio Carlos Valente, é fundamental aumentar o investimento em áreas afastadas dos grandes centros. “É economicamente viável e fundamental para qualquer empresa que pense numa ação estratégica. Aquele cliente não vai esquecer que rompeu seu isolamento”.
Mesmo representando tão pouco para a empresa como um todo, a operadora observa diversas vantagens nesse tipo de investimento, tanto para si quanto à comunidade que o recebe. “Descobrimos que não precisamos levar comunicação móvel apenas onde há potencial econômico já instalado. A própria telefonia pode se tornar indutor do crescimento. A cidade se desenvolve e nós crescemos junto”, ressaltou o diretor Marcelo Alonso.
Participação de mercado
Apesar de proporcionar a inclusão móvel e digital do município de Grossos e de estar presente em várias outras cidades do Estado, a Vivo não tem grande participação no mercado potiguar. Apenas 4,96% dos aparelhos no Estado são da operadora. Ao todo, 189.137 aparelhos estão em uso no Rio Grande do Norte pela Vivo, 153.022 deles no sistema pré-pago. A empresa de telefonia está atrás de todas as outras que operam no Estado: TIM (34,07%), Claro (31,38%) e Oi (29,59%). Os dados são do levantamento mais recente da Anatel, de outubro desse ano. Contudo, o Estado representa apenas 1,65% do total de celulares habilitados no país.
Extraído do DN Online
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