Um diretor da Associação Nacional dos Praças (Anaspra) do Maranhão, o policial militar Alexandre Leite, que está em Salvador acompanhando as negociações entre o governo baiano e os policias militares, disse hoje que existe uma pressão para incluir na pauta das reivindicações o retorno à corporação de Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus familiares do Estado da Bahia (Aspra) e de outros quatro PMs que foram exonerados em 2002, por conta da greve da polícia baiana de 2001.
O governo da Bahia e os policiais militares grevistas voltaram a negociar na manhã desta terça-feira. O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger atua na intermediação. A intervenção de dom Murilo Krieger, de acordo com a Arquidiocese, começou ontem, em uma reunião entre negociadores do governo e dos grevistas que durou mais de 12 horas. No encontro, estavam presentes o presidente da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA), Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, coronel Valter Medeiros; o representante da Procuradoria Geral do Estado, Rui Moraes; e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.
A reunião foi encerrada às 2h de hoje, para que as propostas discutidas fossem apresentadas aos PMs acampados na Assembleia Legislativa. Com o cerco dos homens do Exército, os grevistas acampados se comunicam com os policiais que estão do lado de fora do edifício por meio de gritos. Durante a manhã, os amotinados cantaram o hino da PM e oraram simultaneamente com os PMs e familiares que estão do lado de fora da Assembleia, em demonstração da articulação entre os dois grupos.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
Extraído do Portal Terra
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