Jonas Barbosa, Diretor de Obras e Operações do DER/RN |
Em 30 de março de 2010, poucas horas antes de renunciar ao cargo, a então governadora Wilma de Faria autorizou o início das obras de um amplo Programa de Construção de Rodovias, contemplando 400 km de novas pistas, em um investimento de R$ 346 milhões. A ideia era concluir sete lotes de obras entre 2010 e 2011, beneficiando diversas regiões do estado. Hoje, o atual governo considera essa mais uma das promessas feitas pela gestão anterior sem levar em conta a viabilidade financeira e não garante a execução total do programa.
As obras já iniciadas e outras com recursos garantidos, como as do acesso do aeroporto de São Gonçalo à BR-406 e da pista até a fábrica de cimento em Baraúna, estão asseguradas. As demais vão depender de análises técnicas, definição de prioridades e principalmente da quantia que o BNDES deverá repassar ao Rio Grande do Norte para investimentos na área, valor que provavelmente não alcançará nem perto dos R$ 346 milhões necessários. Entre os projetos pendentes, alguns tem importância comprovada para melhorar o trânsito na área metropolitana de Natal e obras já iniciadas, mas o fator decisivo será mesmo o financeiro. Neste aspecto, entram não só a capacidade de investimentos próprios do Estado (necessários à contrapartida) como também o fato de que algumas das obras não tiveram a complementação dos recursos necessários assegurada. É o caso, segundo informações do DER, da Via Metropolitana. O projeto inclui três etapas e um total de R$ 130 milhões em investimentos, entre recursos federais, estaduais e municiais. Porém, um ano e oito meses após seu início, o projeto continua em compasso de espera e longe da conclusão.
O trecho mais adiantado é o do prolongamento das avenidas Prudente de Morais/Omar O’Grady até a BR-101, que deve desafogar o trânsito na rodovia entre Natal e Parnamirim, mas só estará pronto entre o final de 2011 e o início de 2012. Os dois outros trechos, que incluem os acessos ao aeroporto de São Gonçalo e à ponte Newton Navarro, pela zona norte de Natal, sequer foram iniciados. Em relação ao prolongamento, aguarda-se a licitação de dois túneis, recursos para desapropriação de imóveis e até mesmo análises técnicas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As propostas para construção dos túneis em Cidade Satélite, que permitirão aos moradores da região cruzarem a Via de um lado a outro do conjunto, serão abertas no dia 7 de junho. Contudo, ainda não há prazos para planos sairem do papel.
Das estradas que levarão ao futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante, uma partindo da BR-304, perto de Macaíba, e outra da BR-406, entre Natal e Ceará-Mirim, o que existe hoje são os projetos e uma pequena parcela dos recursos. Um valor já assegurado de R$ 15 milhões, dos R$ 76 milhões totais, será usado na construção do trecho entre o aeroporto e a zona Norte de Natal, através da BR-406, porém o andamento também depende de liberação do Dnit. Já o trecho de acesso à ponte, de responsabilidade da Prefeitura, inclui a duplicação de avenidas como a Moema Tinoco e a Conselheiro Tristão, passando pelos bairros de Lagoa Azul, Pajuçara e Redinha. Mas o Município ainda aguarda grande parte dos R$ 7,8 milhões previstos para desapropriações.
“Licitou-se muito sem ter recursos”
A falta de recursos para o Estado investir na execução do plano de recuperação da malha viária obriga o DER a rever projetos. Os pontos críticos serão prioridades nas obras de recuperação e somente os projetos mais importantes, entre os iniciados, deverão receber maior atenção e esforços para garantir a continuidade. É o que se pode auferir da entrevista à TRIBUNA DO NORTE do diretor de Obras e Operações do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Jonas Barbosa. Além de analisar as dificuldades financeiras, ele lamenta a demora causada nas obras e os novos estragos (previsíveis) causados pelas chuvas, mas assegura que os pontos críticos da malha viária estadual já vêm sendo identificados e deverão ser alvo de um novo programa de melhoria das RNs. Há também uma boa notícia: grande parte do Trecho 1 da Via Metropolitana, o que vai da Omar O’Grady à BR-101, já está concluído e asfaltado, incluindo a ponte sobre o rio Pitimbu. A nova pista pode ser liberada, mesmo sem a conclusão do acesso à rodovia. “Estamos aguardando a licitação dos túneis para dar continuidade”, confirmou Jonas Barbosa.
Fonte: Tribuna do Norte
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